QUE É HIGIENE OCUPACIONAL E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA PARA OS NEGÓCIOS DE UMA EMPRESA?

Talvez, a primeira coisa que vem à sua mente quando escuta ou lê “Higiene Ocupacional” é sobre limpeza no ambiente de trabalho, não é? No entanto, não é esse o caso.

A Higiene Ocupacional está inserida dentro da segurança do trabalho, sendo a ciência dedicada, exclusivamente, ao estudo e gerenciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, visando a preservação da SAÚDE e bem-estar dos trabalhadores.

Enquanto a segurança do trabalho atua no controle e prevenção de todos os riscos, em geral, a HO direciona sua atuação aos riscos do ambiente de trabalho, os quais podem gerar DOENÇAS ocupacionais.

E aí está a sua importância. Garantir um ambiente de trabalho salubre, evitando que este cause danos à saúde daqueles nele exposto, habitualmente, mas também, proporcionar a redução de custos para a empresa, através do controle eficaz dos riscos.

A Higiene Ocupacional é constituída por quatro etapas, que se respeitadas e cumpridas, viabilizam a redução de custos e obtenção de resultados efetivos. 

Vamos conhecer um pouco de cada uma?

Antecipação

A etapa de antecipação tem como objetivo estabelecer medidas de controle e prevenção previamente a implantação de um processo produtivo, ainda na sua fase de projeto.
É uma etapa importantíssima e pode contribuir imensamente para a redução de custos operacionais e custos com pagamento de insalubridade.

Vamos exemplificar: Imagine uma empresa que vai inserir no seu processo, uma atividade que precisa utilizar um equipamento gerador de calor. Ainda na fase de projeto o profissional de Higiene Ocupacional deveria ser contratado para fazer estudo do ambiente, fonte geradora e processo de trabalho, de modo a determinar as medidas de controle eficazes a serem implementadas para a neutralização ou redução do agente calor a níveis aceitáveis.

Outro exemplo seria a implementação de um produto químico em determinado processo produtivo. A antecipação possibilita, primeiramente, a substituição por outro produto semelhante, porém menos nocivo, ou então,  o estudo de instalação de medidas de proteção coletiva, por meio de sistemas de ventilação exaustora, bombas dosadoras e outros dispositivos que eliminam ou reduzem, significativamente, a exposição do trabalhador.

Isto é antecipação de riscos. E pode evitar muitas dores de cabeça para a empresa.



Reconhecimento

A etapa de reconhecimento, ao contrário da etapa de antecipação, é realizada em ambiente no qual já há um processo de trabalho implementado.

O reconhecimento do riscos é responsável pela identificação de agentes físicos, químicos e ou biológicos presentes neste ambiente, que podem afetar a saúde dos colaboradores.

Nesta fase, o profissional realiza um estudo detalhado das características do ambiente/instalação, características do processo de trabalho, equipamentos fontes, matérias primas, produtos, métodos e procedimentos de rotina.

Nesta fase, ainda, ao final do estudo realizado, já é possível, mensurar, qualitativamente, a potencialidade do agente de risco no ambiente e já implementar medidas de controle emergenciais para sua neutralização ou redução, visando a proteção da saúde dos trabalhadores, de forma imediata, antes mesmo de qualquer medição quantitativa (falaremos na etapa de avaliação), possibilitando com isso, também a redução de custos com quantificações adicionais.

Portanto, a etapa de reconhecimento de riscos já pode ser o momento de interferência de controle, caso identifique-se riscos danosos à saúde, à primeira vista.

Avaliação

A etapa de avaliação tem como objetivo avaliar os riscos identificados na etapa de reconhecimento.

Nesta etapa são realizadas as quantificações dos riscos com equipamentos apropriados, de acordo com critérios e procedimentos técnicos estabelecidos pela Norma de Higiene Ocupacional – NHO da Fundacentro.

Portanto, se no reconhecimento é percebido a existência de fontes de ruído perturbador no ambiente, para saber se este está sendo prejudicial à saúde do trabalhador é preciso avaliá-lo quantitativamente.

Agentes físicos como ruído, vibrações, calor e uma grande quantidade de agentes químicos possuem limites de tolerância para exposição ocupacional, sendo esses limites estabelecidos pela NR-15 para fins de determinação de insalubridade e pela ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Hygienists para fins, exclusivamente, de prevenção, pois esta última estabelece limites de tolerância mais reduzidos.

A avaliação quantitativa se faz necessário para atender as exigências normativas e para saber a real intensidade ou concentração do agente de risco no ambiente, para que sejam estudadas e estabelecidas as medidas de controle eficazes, definitivamente.

Controle

Chegamos a última etapa da Higiene Ocupacional.

Esta etapa, onde já se tem as conclusões das avaliações qualitativas ou quantitativas dos agentes de risco e a potencialidade de sua interação com o ambiente ou trabalhador, são propostas as medidas de controle para a eliminação ou à minimização desses riscos presente no ambiente.

Nesta etapa, podemos dizer que as medidas de controle são corretivas, visto que os riscos não foram prevenidos ainda na etapa de antecipação.

Essas medidas devem ter a seguinte ordem hierárquica:

Eliminação ou redução do risco: Viabiliza-se a eliminação ou substituição da fonte geradora do processo ou do ambiente de trabalho por outra que ofereça menor impacto nocivo aos trabalhadores.

Medidas de Proteção Coletiva: são aplicadas na fonte ou na trajetória, ventilação exaustora, enclausuramento de máquina, forração térmica, sistema de climatização etc.

Medidas Administrativas: compreende a limitação do tempo de exposição do trabalhador ao agente agressor, treinamentos de orientação ao risco e práticas seguras de trabalho, procedimentos operacionais de segurança e exames médicos de monitoramento da saúde dos trabalhadores.

Equipamento de Proteção Individual: essa é a última medida a ser considerada e adotada, de modo que, a prioridade deve ser sempre de adequação do ambiente ao homem, sendo esta a ação de controle mais eficaz e eficiente.

Quando constatada a inviabilidade técnica ou financeira da empresa implementar as medidas coletivas e administrativas ou quando estas não são suficientes para o controle do agente nocivo, ou quando estas medidas estiverem sendo implantadas, deve ser fornecido ao trabalhador o EPI adequado ao risco, respeitando-se o controle de higienização, guarda adequada e substituição periódica.

O fornecimento de EPI para proteção aos riscos ambientais deve sempre ser acompanhados de programas de Higiene Ocupacional para a garantia de sua eficácia e seu monitoramento.

Então, entendeu o que é Higiene Ocupacional, suas etapa e a sua importância? A correta gestão de Higiene Ocupacional é um dos pilares para garantir a sustentabilidade econômica de uma empresa, pois impacta diretamente na redução de custos operacionais.

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